Encontro de empresários, realizado pela Amcham-BH, mostrou a importância da vulnerabilidade no meio corporativo em tempos de crise
Ser vulnerável em um ambiente de trabalho tempos atrás era encarado como algo negativo. No entanto, esse último ano mostrou que as lideranças que acolheram a vulnerabilidade têm demonstrado mais resiliência, crescimento e contornado a crise gerada pela pandemia. Nesse sentido, o CEO Fórum 2021 em Minas Gerais, realizado pela Câmara Americana de Comércio em Belo Horizonte (Amcham-BH) em 11 de junho, debateu sobre a “Gestão da Vulnerabilidade”. O evento, que reuniu virtualmente mais de 150 participantes, é o maior encontro de líderes empresariais do Brasil e seu objetivo era debater e repercutir a importância de os líderes terem empatia e saber acolher os colaboradores.
Entre os palestrantes estavam a CEO da Gerdau Summit e Board Menber Tenda, Michele Robert, o CEO da Base Metal Anglo American Londres, Ruben Fernandes, o cartunista e fundador da Maurício de Sousa Produções, Mauricio de Sousa, e suas filhas Mônica Sousa e Magali Spada e Souza
A importância de debater sobre a vulnerabilidade
A primeira palestra refletiu sobre como a vulnerabilidade impacta os líderes e suas equipes. Na oportunidade, Michele Robert destacou que se mostrar vulnerável permite uma maior conexão entre o gestor e equipe. “A vulnerabilidade está presente diariamente e ela permite relações mais verdadeiras entre as equipes, já que o líder que se abre com os colaboradores cria mais confiança e um ambiente transparente e seguro para os trabalhadores”, afirmou Michele.
Ruben Fernandes acrescentou que “a vulnerabilidade é um processo que faz parte da jornada humana e nunca estamos preparados para assumir os desafios. Mas, é nesse momento que o líder deve saber trabalhar em equipe. É preciso ter isso muito claro para alcançar bons resultados”, explicou Ruben.
Além disso, discutiu-se sobre quais devem ser as boas práticas para uma liderança digital, algo que se tornou recorrente com a pandemia. Para Michele, a recomendação é prestar atenção no bem-estar da equipe. “Não caia na armadilha de só fazer reuniões online e acreditar que está tudo bem, reserve um momento para se conectar de verdade com a equipe e saber das suas dificuldades e como o líder pode ajudar. Para o líder que se preocupa com a gestão da vulnerabilidade é super importante promover um momento de relaxamento entre o time”, destacou Michele.
Para Ruben, além dessas práticas o líder deve trazer significado para sua equipe. “O gestor deve entender qual é o seu papel e o da equipe na busca pelo objetivo da empresa e saber transmitir isso para o time. Mostrar a importância do indivíduo para a equipe é importante, porque gera uma maior conexão e engajamento com o propósito da organização”, ressaltou o executivo.
Após essa palestra, o evento contou com a Breakout Room, um momento onde os participantes foram divididos em cinco salas e tiveram a oportunidade de debater sobre a cultura da vulnerabilidade e sobre os argumentos apresentados na palestra.
Trabalho e família
O CEO Fórum também contou com a participação do criador da Turma da Mônica, Mauricio de Sousa, e suas filhas, Mônica Sousa e Magali Spada e Souza, que na oportunidade debateram sobre a vulnerabilidade no âmbito familiar e no trabalho.
Entrevistado por suas filhas, Mauricio aconselhou os líderes sobre como lidar com a vulnerabilidade. “Trabalhe muito e, se possível, com aquilo que você gosta e se sente realizado ao fazer. Cada um tem a sua maneira de lidar com a vulnerabilidade. Ela nos ensina a ser mais cautelosos e nos ajuda a desenvolver a habilidade da adaptação a diferentes situações”.
Mônica Sousa, diretora executiva da Mauricio de Sousa Produções, explicou sobre como lida com a vulnerabilidade. “No ano passado todo mundo se sentiu vulnerável e foi difícil para todos lidar com o isolamento. Uma estratégia que gerou bons resultados foi realizar reuniões virtuais diariamente com a equipe, não para falar somente sobre o trabalho, mas também para compartilhar dificuldades, conquistas pessoais e gerar uma conexão”, afirmou Mônica.
Além disso, Mauricio compartilhou sua experiência de como manteve o engajamento da equipe nesse período de pandemia. “Ainda bem que a tecnologia nos permite fazer reuniões. Adorei fazer lives com escolas e conversar com a criançada, que me ensina muitas coisas. No trabalho, a equipe foi preparada tecnologicamente para ter contato com suas atividades virtualmente. A situação exige cuidados específicos, mas não podemos esquecer de ter confiança no futuro”, finaliza o cartunista.